2.6.15

Aí é que erramos

Pensar que algo é repulsivo ou que algo é atraente são ficções de nossa própria imaginação. Conforme vamos gradualmente conhecendo alguém, sentimentos de intimidade se aprofundam por tal pessoa que achamos compatível e criamos o sentimento de que elas são atraentes. É precisamente por causa dessa circunstância que, ao seguirmos o caminho da afeição, não importa o quanto ela afete nossas vidas, os laços de ternura também aumentam. Quando desenvolvemos sentimentos de amor deste modo, ele parece inevitável, e não importa o quanto reviremos isto em nossas cabeças, está criado o amor, e sem nenhum traço de ódio. Quando o amor chega a um extremo, e achamos que, ainda que vivamos cem milhões de anos, nossos sentimentos jamais mudarão, aí é que erramos.

O texto acima, uma espécie de gênese amorosa, podia ser de Marcel Proust ou do Professor Levy. Mas não, foi escrito por um monge zen do século 17.

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